O ministro das Finanças, João Alage Mamadu Fadia, disse que a situação financeira do país está no fundo do poço, com um saldo negativo de 140 biliões de francos CFA que figura entre as dívidas de curto, médio e longo prazos.
Este esclarecimento sobre a saúde financeira da Guiné-Bissau, foi feito durante uma visita que o Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, efetuou no dia 10 de março aos Ministérios do Interior, das Finanças e da Defesa com o objetivo de se inteirar da situação com que deparam estas instituições.
Em declarações à imprensa Fadia disse que a realidade que herdou das finanças é bastante preocupante que requerer um esforço redobrado por parte da sua instituição assim como de outros departamentos de Estado que recolhem receitas.
O governante informou que em abril de 2018, quando deixou o Ministério das Finanças não havia atrasado salarial na Função Pública e nem havia situação pendente com os bancos, mas atualmente a dívida de curto prazo é de 14 biliões de francos CFA, dividida em dois grupos: primeiro é o descoberto na conta corrente que ascende num valor de 6.8 biliões de francos e o segundo é o fundo da compensação financeira de pesca também num valor de 7.6 biliões. Ele salientou que este fundo que deveria entrar para o orçamento deste ano económico já foi gasto e mais outros encargos que na linguagem financeira se diz resta a pagar, o que ronda cerca de 7.8 biliões de francos CFA. Dentro desse valor uma parte deveria ser revertida ao salário do mês de fevereiro.
Segundo o ministro, neste momento o Governo liderado por Nuno Gomes Nabiam precisa de cerca de 22 biliões para poder pagar salários aos funcionários, o que não é nada fácil..
“Em abril de 2018 quando deixei as Finanças, o total de toda a responsabilidade e disponibilidade que as Finanças tinha eram de 80.7 biliões negativo, hoje a situação é de 140.3 biliões de francos CFA globalmente. É uma situação insustentável. No entanto ninguém vai sair de fora para nos ajudar, tem que ser nós mesmos a trabalhar para garantir o pagamento de salários e de outras despesas”, esclareceu.
O governante acrescentou ainda de que está em posse de informações que dão conta que a cozinha e o centro de radiografia do Hospital Nacional Simão Mendes não estão a funcionar há uns meses atrás, mas ele enquanto pessoa sensível aos problemas sociais, principalmente quando se trata de saúde, vai tudo fazer para resolver este assunto o mais rápido possível.
Para fazer face a esta situação, o ministro das Finanças convidou aos seus colegas do Governo e outras instituições no sentido de trabalharem para inverter a pirâmide.
João Aladje Fadia manifestou-se satisfeito com a visita do Chefe de Executivo, que segundo ele lhe dá coragem e motivação para prosseguir com o seu plano de ação que para sanear as finanças públicas.
Por seu turno, o Primeiro-ministro, Nuno Nabiam, afirmou que vai trabalhar com todos os ministros para garantir melhorias de condições dos servidores públicos e a população em geral.
No seu entendimento não é digno a situação que os trabalhadores da administração pública vivem. “Um responsável de família sai de casa sem deixar alguma coisa de comer para os seus filhos”.
No Ministério do Interior, Botché Candé também congratulou-se com a visita do Primeiro-ministro e prometeu que vai trabalhar afincadamente para garantir a segurança da população. Para isso, advertiu as diferentes corporações a se afastarem do jogo político, porque só assim será possível promover a união necessária.
Por: Alfredo Saminanco