O Ministério da Economia e Finanças, através do Instituto Nacional de Estatística, procedeu na quarta-feira, dia 21 de agosto, a divulgação das contas nacionais com base no ano de 2015.
A cerimónia foi presidida pelo ministro da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares, Armando Mango, e contou com as presenças dos membros do Governo, do corpo diplomático residente no país e de numerosos quadros-técnicos do Ministério da Economia e Finanças.
Durante o ato da divulgação das contas, Roberto Vieira, director de Serviço de Estatísticas Económicas e Financeiras do Instituto Nacional de Estatísticas disse que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 é agora de 681.303 milhões de francos CFA, ou seja uma taxa de revisão de mais 9,9 por cento em comparação com as estimativas anteriores do PIB 2015, de acordo com o Sistema de Contas Nacionais de 1993.
O técnico estatístico disse que o INE produz agora, a cada ano, uma Tabela de Recursos Emprego (TRE) e uma Tabela de Contas Económicas Integradas (TCEI) que são essenciais para a análise e modelização da economia.
Saliente-se que as antigas contas nacionais tiveram o ano base de 2015 e utilizavam o antigo sistema de contabilidade nacional de 1993.
Falando no ato, o ministro da Economia e Finanças, Geraldo Martins, sublinhou que as contas nacionais representam um importante indicador-agregado da economia, nomeadamente no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e para ele “dispor de contas nacionais correctamente elaboradas dá fiabilidade aos dados estatísticos com os quais trabalhamos diariamente nos mais variados sectores da economia”.
O governante disse que também isto permite realizar comparações internacionais, pelo que o exercício feito é o resultado de um esforço enorme por parte das várias entidades sob a coordenação do Instituto Nacional de Estatística e durante vários anos foram realizadas, nomeadamente a actualização das nomenclaturas para estarem em conformidade com as normas internacionais. Alguns inquéritos foram apontados, tais como o consumo e a despesa das famílias, o inquérito sobre o sector informal, o emprego e outros inquéritos.
O ministro Geraldo Martins explicou aos presentes que foram tidas em considerações algumas estatísticas administrativas de acordo com as recomendações das Nações Unidas. “Temos hoje contas nacionais mais robustas do ponto de vista da sua qualidade, que se aproximam um pouco mais das contas dos países membros da zona da UEMOA e permite fazer comparações. Isto é extremamente importante, porque há indicadores estatísticos na área da economia, mas talvez o PIB seja o indicador mais importante, não só porque mede a globalidade da riqueza produzida, por isso mesmo é o espelho de um país”.
“Quando um país consegue produzir dados correctos relativamente ao seu PIB esse país pode ter a percepção daquilo que vale. Se essas avaliações não são correctas é evidente que não se pode dizer o que vale”, sintetizou ele.
O ministro da Economia e Finanças trouxe à luz do dia o exemplo da Nigéria, que em tempos, actualizou o seu PIB e disse: “nós somos mais ricos que a África do Sul”. Geraldo Martins confirmou que era verdade, justificando que havia muita parte da produção da Nigéria, sobretudo a parte informal, que não era contabilizada. “Quando conseguiram mudar e contabilizar tudo chegaram a conclusão de que afinal eram mais ricos do que a África do Sul. Há países que estão a fazer a mesma coisa. E, portanto, o PIB é importante. Mas também é importante na própria política macroeconómica”. Outra nota salutar referenciada pelo governante tem a ver com a discussão travada com o Fundo Monetário Internacional, que disse: “vocês não podem contrair dívidas importantes porque a vossa dívida está a 60% do PIB”.
Segundo o ministro, “quando dizem que a dívida está a 60% do PIB significa que estão-nos a dizer aquele PIB que nós calculamos. Quando revemos o PIB e aumenta o PIB, esses 60% tornam-se 50%, 45%. Portanto, temos mais margem para contrair dívidas para o investimento e para o desenvolvimento da economia”.
Geraldo Martins aconselhou que para o futuro, é preciso continuar esse trabalho e o Governo tomou uma boa nota, tendo garantido que o Executivo vai continuar a trabalhar para apoiar o INE, pedir às diferentes instituições que continuem a fornecer os inputs para a produção de contas nacionais.
O ministro reconheceu, contudo, que há um problema na área da agricultura e por isso mesmo esse esforço terá que ser feito para que a agricultura possa fornecer os dados necessários.
À terminar, o titular da pasta da Economia e Finanças aproveitou a ocasião para agradecer todas as entidades que forneceram os dados para que as contas nacionais pudessem ser realizadas e agradeceu vivamente os parceiros da Guiné-Bissau que ajudaram neste exercício, nomeadamente a UEMOA, o FMI, a AFRISAT, a AFRISTAC do Oeste, o BAD e a União Europeia.
Bacar Baldé